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Aumenta a procura por cannabis medicinal: você está preparado para prescrever?

A robustez dos estudos científicos em torno dos benefícios da cannabis medicinal é um dos fatores que impulsiona a comunidade médica a prescrever derivados canabinoides. No entanto, embora muitos médicos já estejam abertos a essa ferramenta terapêutica, poucos sabem de forma aprofundada sobre as propriedades terapêuticas da cannabis medicinal, os possíveis efeitos adversos envolvidos nesse tipo de tratamento e as estratégias prescritivas mais apropriadas.

A busca por conhecimento, portanto, é fundamental para um contexto de prescrições seguras, assertivas e eficazes. No Brasil, após a Resolução 327 de 2019 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – que regulamentou os procedimentos necessários para a fabricação e comercialização de produtos à base de cannabis medicinal no país – cada vez mais médicos estão buscando formação adequada na área.

Neste conteúdo, falaremos mais deste cenário e de como você pode se preparar para a Medicina do futuro, incorporando esse vasto arsenal terapêutico em sua prática prescritiva para transformar a vida de pacientes em diferentes quadros clínicos.

Aumento a procura por cannabis medicinal no Brasil e no mundo

O uso recreativo e medicinal da cannabis medicinal já é autorizado em mais de 40 países. Contudo, existem grandes e relevantes diferenças nessas duas vertentes de uso da planta. O contexto de uso recreativo é o que acaba gerando certos mitos e desinformações em torno das propriedades medicinais dos fitocanabinoides.

Os estigmas em torno do THC (tetra-hidrocanabinol), por exemplo, são um dos fatores que deixam a população – e frequentemente até os médicos – receosos quanto a esse tipo de prescrição. Porém, em um contexto de uso medicinal, reações psicotóxicas e outros efeitos colaterais graves decorrentes dessa molécula são raríssimas de acontecer.

Além disso, esse fitocanabinoide apresenta atributos terapêuticos únicos em determinados contextos clínicos, a citar, dores crônicas, em especial, dor neuropática, espasticidadedemênciadistúrbios do sono e transtornos do apetite.

Os avanços em torno da legalização do uso medicinal da cannabis medicinal e o conhecimento aprofundado sobre os principais fitocanabinoides – como o CBD e THC – têm impulsionado a comunidade médica na prescrição dessas substâncias. Esta revisão bibliográfica sintetiza achados sobre as experiências, atitudes e crenças de médicos de diferentes partes do mundo em torno desse aparato terapêutico.

 

A revisão abrange 21 artigos de cinco países nos quais as leis sobre o uso medicinal da cannabis medicinal variam. Os resultados apontaram que:

  •  49% a 95% dos médicos em questão recebiam perguntas frequentes de seus pacientes sobre o uso medicinal da planta, e;
  • entre 10% e 95% desses médicos estavam dispostos a prescrever derivados canabinoides, mas muitos deles destacaram a falta de conhecimento técnico apropriado como uma barreira às prescrições.

 

No Brasil, a procura por cannabis medicinal vem aumentando exponencialmente, sobretudo após a Resolução 327 da Anvisa. De janeiro a novembro de 2021, o órgão registrou 33.793 pedidos para importação de produtos à base de cannabis medicinal. Em 2020, foram ao todo 19.120 solicitações.

A alta demanda por parte dos pacientes pressiona a comunidade médica a se preparar para esse cenário. Para se ter uma ideia, até 2015 eram 321 profissionais médicos registrados pela Anvisa na prescrição de medicamentos à base cannabis medicinal. Atualmente, são 2.100 prescritores, o que representa um crescimento de 554,2%.

Proporcionalmente, no entanto, esse número ainda é pouco expressivo, tendo em vista que, dos 502.475 médicos atuantes no Brasil, os que prescrevem medicamentos à base cannabis medicinal são apenas 0,42%. A robustez dos estudos científicos na área tem contribuído para combater a desinformação e desmistificar os estigmas em torno do uso medicinal dessa planta, fazendo com que cada vez mais médicos desejem ampliar o seu arsenal terapêutico com essa ferramenta.

Como se preparar para a prescrição de cannabis medicinal?

Embora haja numerosas evidências científicas quanto aos atributos medicinais da cannabis medicinal, a prática prescritiva segura e assertiva exige que os profissionais médicos tenham educação qualificada na área. Como esse conhecimento ainda não é amplamente ministrado nas faculdades de Medicina e nas residências e especialidades médicas, cabe ao profissional buscar por formação adequada com especialistas que já têm uma vasta experiência prescritiva.

A individualização de tratamentos é peça-chave para prescrições bem-sucedidas. É preciso considerar as particularidades de cada quadro clínico, bem como, o histórico do paciente e os demais tratamentos já realizados, de modo a fazer uma prescrição assertiva, que otimize resultados terapêuticos e iniba possíveis efeitos adversos.

Nesse sentido, a atualização especializada na área é fundamental, principalmente porque a cada dia surgem novas evidências científicas sobre o potencial dos canabinoides e de outros elementos químicos da planta para tratar doenças variadas. Sem esse conhecimento, dificilmente o médico se sente seguro e preparado para prescrever e acompanhar pacientes em uso regular dessa ferramenta terapêutica.

WeCann Academy é comprometida com a sua jornada de aprendizado, conectamos especialistas de várias partes do mundo em uma comunidade global de estudos em Sistema Endocanabinoide para interligar conhecimento científico e experiência prática no uso medicinal da cannabis medicinal.

 

FONTE: WeCann Academy

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